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O cadaver sem bençãos, insepulto,
Lançado aos corvos do hervaçal inculto,
A fronte varonil do fuzilado,
Ao somno imperial co′os labios frios
Podem passar no escarneo desbotado,
Ensanguentar-te a seda ao cortinado
       E rir-te aos calafrios!

Não escuteis essa facção impia
Que vos repete a sua rebeldia...
Como o verme no chão da tumba escura
Convulsa-se da treva no mysterio:
Como o vento do inferno em agua impura,
Com a bocca maldita vos murmura:
       «Morra! salvai o imperio!»

Sim, o imperio salvai; mas não com sangue!
Vède — a patria debruça o peito exangue
Onde essa turba corvejou, cevou-se!
Nas glorias, no passado elles cuspírão!
Vède — a patria ao Bretão ajoelhou-se,
Beijou-lhe os pés, no lodo mergulhou-se!
       Elles a prostituírão!

Malditos! do presente na ruma