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E do passado o manto profanado
Me roça pela face!
 
Quero na sombra conversar contigo,
Quero me digas tuas noites breves,
As febres e as donzelas
Que no fogo do viver murchaste ao peito!
Ergue-te um pouco da mortalha branca,
Acorda, Don Juan!
 
Contigo velarei: do teu sudário
Nas dobras negras deporei a fronte,
Como um colo de mãe...
E como leviano peregrino
Da vida as águas saudarei sorrindo
Na extrema do infinito!
 
E quando a ironia regelar-se
E a morte me azular os lábios frios
E o peito emudecer...
No vinho queimador, no golo extremo,
Num riso... à vida brindarei zombando
E dormirei contigo!