ao Ouro Preto, que com pena de morte se aprontassem aqueles moradores para uma diligência. Chegava D. Fernando ao Arraial das Congonhas, distante oito léguas de Vila Rica, quando os que acompanhavam a Viana, avistando de longe ao Governador, clamaram em altas vozes: Viva o nosso Governador Manuel Nunes Viana, e morra D. Fernando, se não quiser voltar para o Rio de janeiro!
Alguns se querem persuadir que Manuel Nunes Viana entrara violentado nesta ação, e ele se pertendeu escusar do conceito de rebelde e sublevado, passando ocultamente na noite seguinte a falar a D. Fernando, protestando-lhe estar pronto para entregar o governo quanto à sua parte, e de tudo isto lhe pediu por escrito uma atestação.
Assustou-se o Governador com a inesperada saudação dos rebeldes, e pediu oito dias para se retirar: concederam-se-lhe estes, mas não se aproveitou D. Fernando do beneficio, porque sem muita demora deu as costas às Minas e voltou para São Paulo; aí trabalhava ansiosamente em se reforçar com os Paulistas, para vir sobre os levantados, fazendo comua a afronta deles, e meditando para o seu despique puxar as tropas do Rio e Bahia, e juntos por uma parte e outra atacarem todos ao mesmo tempo as Minas.
Chegou ao Rio de Janeiro a frota de Portugal, e nela veio render a D. Fernando o Governador e Capitão General Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, por patente datada em Lisboa em 23 de novembro de 1709.