Que apascenta uma planta e flor cheirosa.
Jantamos, feita aguada; envio arauto
Com mais dous a inquirir de pão que gente
Lá se nutria. Aos três em nada ofendem,
Mas lhes offertam loto; o mel provando,70
Os nossos o recado e a patria esquecem,
Querem permanecer para o gostarem.
Constrangidos e em lágrimas os trago
E amarro aos bancos; apressado os outros
Socios recolho, a fim que do regresso75
A doçura falaz os não deslembre.
Em fila, a salsa espuma a remos ferem,
E dali pesarosos nos partimos.

Abordo a ymphanda plaga do Cyclopes,
Que, á fiúza dos deuses, nem semeiam,80
Lavram nem plantam; sem cultivo e relha,
Cresce o trigo e a cevada, os bagos de uvas
Lhes engrossa o imbrifero Satúrnio.
De conselho e assembléia e lei privados,
Cada varão, de montes em cavernas,85
Rege absoluto filhos e mulheres,
Vizinhos olvidando. Ilha daquela
Tanto ou quanto remota, umbrosa estende-se,
Altriz de agrestes cabras: nunca a pisa
Humano pé, camponio, zagalejo,90
Ou caçador ao serro e á fraga atreito;
Berrantes fatos inarada pasce.
Nem construtores de vermelhos beques
Nem galés tem que os mares atravessem,
Que em longínquas cidades mercadejem,95
Donde a ilha deserta haja colonos.
Tudo em sua estação produziria:
Junto á costa oferece regadios
E moles prados; ao vinhedo é própria;
É fofo o solo e para messes pingue.100
De âncoras e de amarras prescindindo,
Permanecer no porto os nautas podem,
Até que as auras prósperas aspirem;
De uma gruta, no topo, fresca fonte
Límpida mana, de álemos sombrosa.105