Que obediente sai; onde o salário
O insone dobraria, apascentando
Já manadas, já greis de branco velo:
Tanto ali se aproxima a noite e o dia.
Do porto em roda a pique há celsas pedras,70
E a barra estreitam cabos dous bojantes:
As naus dentro se amarram conchegadas,
Que o mar dorme tranqüilo e não se altera.
A minha só de fora atei por cabos
A um rochedo apartado, e ao cimo trepo75
A especular se em torno divisava
De homens ou bois trabalho; só rompia
Do solo um fumo. Escolho dous, que saibam,
Com o arauto, a quem lá sustente Ceres;
Trilham por onde carreava lenha80
Dos montes á cidade, e perto a filha
Do Lestrigão Antífates encontram,
Guapa donzela, que de Artácia á fonte
Clara descera, donde o povo bebe;
Quem no país mandava lhe perguntam,85
E o paterno palacio indica a jovem.

Entram; com susto a esposa, igual de um morro,
De Antífates avistam; que, chamado,
Presto chega da praça, atroz empolga
Um para a crua ceia; os dous conseguem90
Refugiar-se á frota. Ao grito régio,
Da cidade, homens não, gigantes fervem,
E a penedos, que arrancam, nos lapidam,
O estrépito a soar de moribundos
E naus quebradas; para o triste pasto.95
Qual peixe os Lestrigões a gente enfiam.
Enquanto esses no porto assim perecem,
Do meu navio a gládio amarras talho;
A esquivar a desgraça insto a companha,
Que açodada e medrosa os remos força:100
O meu baixel evita os sáxeos tiros;
Os mais daquela chuva ali soçobram.
Da morte isentos, por amigos tantos
O negro mar tristissimos cortamos.

Na ilha aporto Eéia, da terrível105