Outra em cratera argêntea o vinho infunde,
Que em áureos copos distribui melífluo;
A quarta ferve em trípode ênea e grande
Água sonora, que tempera e em ampla270
Tina me esparge por cabeça e ombros
Tépido grato banho, até que os membros
Me refaz do cansaço. Fresco e ungido,
Em manto airoso e túnica, de prata
Num trono cravejado e precioso,275
De artefato escabelo, a mesma entorna
Lympha ás mãos de elegante jarro de ouro
Numa argêntea bacia, e me desdobra
Limpa mesa; que amavel despenseira
De pães enche e abundantes iguarias,280
Instando-me a comer; eu com fastio
Abanquei-me a cismar e a prever males.

Próxima Circe, a minha dor percebe:
«De ânsias ralado, Ulysses, emudeces?
Nem tocas na bebida e nos manjares!285
Certo algum dolo temes, não refletes
Que jurei pela Estige.» — Eu logo: «Circe,
Que homem justo beber ou comer pode,
Antes que valha aos míseros amigos?
Se a teu festim me queres satisfeito,290
Soltos eu veja os prediletos socios.»

Ela, pegando a vara, sai de casa
E abre o chiqueiro; tira-os parecidos
A varrões de nove anos, em fileira
Um por um vai com bálsamo esfregando,295
Cair fazendo o pêlo que o veneno
Exicial criara, e mais os torna
Jovens e esbeltos. A chorar de gosto,
Beijam-me a destra, o pranto ressoava.
Doeu-se a déa: «Ulysses engenhoso300
Em seco o vaso, nas vizinhas grutas
Guarda o que tens, riquezas e aparelhos;
Venham contigo os prediletos socios.»

Persuadiu-me; encontro os meus na pra
A nutrir-se de choro e de suspiros:305
Quais agrários