E o sisudo mancebo: «O divo aluno,
De povos maioral, quero-me em casa:
Lá não deixei quem zele os meus haveres
Procurando a meu pai, temo a ruína,
Ou ser de meus tesouros defraudado.»70

O rei pois encomenda a Helena e ás servas
O almoço, e do melhor: do leito surge
Eteoneu Boetóides, que era perto,
E ao fogo, á voz do Atrida, as carnes assa.
Menelau desce á câmara odorosa,75
Descem com elle a esposa e Megapentes:
Copo tira dos cofres duplifundo,
E de prata a cratera traz o filho;
Da arca, onde os peplos tinha variegados,
Lavor seu, a formosa das formosas80
Tira o mais amplo e lindo, que debaixo
Entre os outros fulgia como estrela.
Sobem de novo, e Menelau perora:
«Cumpra o de Juno troador marido
O que anseias, amigo. Obra Vulcânia,85
E a melhor que possuo, te ofereço,
Uma argêntea cratera de orlas de ouro:
Deu-me em brinde hospital, á volta minha,
Fédimo o rei Sidonio; eu dou-ta agora.»
Nisto, passou-lhe ás mãos primeiro o copo;90
Mas a cratera, o forte Megapentes.

A rainha pegou do fino peplo:
«Toma, Helena o teceu; tal prenda, filho,
Orne-te a noiva á hora appetecida.
Entanto, a mãe to guarde em seu palacio;95
De mim terno conserva esta lembrança.»
Ele contente o aceita; o herói Pisístrato,
Que admira os dons, num cesto os acomoda.

Á sala os endereça o flavo Atrida:
Em camilhas sentados, uma serva100
Água em bacia argêntea ás mãos entorna
De áureo jarro, e desdobra e limpa a mesa;
Os pães a despenseira atenciosa
Traz da copa e iguarias reservadas;
Eteoneu trincha e distribui as carnes;105