Ministra o vinho o ilustre Megapentes;
Logram-se do banquete os comensais.

Depois jungem Telemacho e o Nestório
O árdego tiro, ao vário coche montam,
E o vestíbulo deixam ressonante.110
Menelau vai com eles, áurea taça
Tendo na destra, a fim que á despedida
Libem do almo licor, e ante a parelha
Venerando lhes fala: «Adeus, mancebos;
Recomendai-me ao ínclito Gerênio;115
Doce pai me foi sempre, enquanto aos muros
De Ilion nós os Grajúgenas pugnamos.»

«Á risca, ó generoso, o teu recado,
O Ulisseida acudiu, referiremos.
Oh! se na volta, os ricos dons á vista,120
Eu contasse a meu pai favores tantos!»

Súbito uma águia á destra sobrevoa,
Empolgando no pátio enorme ganso;
Mulheres e homens a gritar a seguem;
Apropinqua-se aos moços e á direita125
Alteia o surto; em regozijo atentam,
Mas Pisístrato: «Observa, ó rei sublime,
Se é para ti, se para nós o agouro.»
Considerava o Atrida na resposta,
E o precede a mulher de peplo ornada:130
«A solução do agouro o Céo me inspira.
A águia, ao baixar da brenha onde há seu ninho,
O ganso arrebatou nutrido em casa:
Tornando Ulysses de aflições e errores,
Ultrajes punirá; se é que não veio,135
E, plantada a vingança, o fruto espera.»

Telemacho, do carro: «Oh! permittisse-o
De Juno o esposo! A ti, que se um deus fosses,
Deprecaria.» Nisto, açouta os brutos,
Que por entre a cidade ao campo correm,140
Sem todo o dia desjungidos serem.
Cadente o Sol e escuros os caminhos,
Em Feres hospedados por Díocles,
Filho de Orsíloco, o do Alfeu renovo,
Pernoitam; mas, na aurora, o coche arreiam,145