Os lombos cinge, combater nos vejam:
A arrostar um mancebo te abalanças?»

Ante os portões brilhantes a pendencia
Antino adverte, e galhofeiro grita:
«Oh! que novo prazer o Céo nos manda!30
Iros e o forasteiro, amigos, tentam
Vir ás mãos: a brigar os aticemos.»
E todos, levantando-se ás risadas,
Aos dous pobres trapentos se avizinham.

Prossegue o de Eupiteu: «Valentes procos,35
Há no fogão ventrículos de cabras,
De gordura e de sangue repassados
Para a ceia: o mais forte e vitorioso
Escolha um que lhe apraza; e de hoje avante
Seja em nossos festins, nem admitamos40
Outro qualquer mendigo.» — O aplauso ecoa.
E o manhoso Laércio humilde fala:
«Velho e estragado, cumpre-me, senhores,
A um moço me arrojar; a expor-me a golpes
Força a insensata fome. Eia, jurai-me45
Iros nunca ajudar com mão traidora;
Ser-me-ia dura a prova.» — Eles juraram,
Mas Telemacho enérgico se exprime:
«Se, hospede, o peito varonil te pede
Rechaçal-o, a nenhum dos Gregos temas;50
Quem te ofender, se baterá com outros.
Agasalhei-te, e basta; não mo estranham
Os reis Antino e Eurímaco atinados.»

A aprovação retumba; e Ulysses panos
Aos pudendos ligando, pulcros braços,55
Pernas, coxas desnua, peitos, ombros:
Dos povos ao pastor Minerva engrossa
Os rijos membros. Foi geral o espanto,
E entre si boquejavam: «Desta feita
Iros, não Iros já, cai no seu brete;60
Que músculos ostenta o forasteiro!»

Iros turbou-se; os fâmulos o cingem,
Trazem-no a rojo, e as carnes lhe tremiam;
Antino lho exprobou: «Nunca nasceras;
Mal hajas, fanfarrão, que estás convulso65