E ao posto volve. — Logo Antino: «Em cerco
Pela destra comece e donde o vinho
Se distribui.» O dito aprovam todos.

Ergueu-se o vate Enópides Liodes,
Junto á cratera assídua sentinela110
Censor dos socios, á injustiça avesso.
Ao limiar, pegando o arco e as setas,
Malogra o esforço; as tenras mãos doridas
Pouco atreitas molesta: «Eu cesso, amigos;
Outrem cometa a empresa. Este arco a muitos115
Estrenuos privará de alento e alma;
E antes morte que vida, a quem frustou-se
Longa esperança. Aquele que inda fia
E pensa haver de Ulysses a consorte,
Verá presto que deve outras Aquivas120
Requestar e dotar: com esta case
Quem mais lhe offerte e a sorte lhe destine.»
Também pousa arco e seta, e vai sentar-se.

Brame Antino em furor: «Que dito acerbo
Desses beiços, Liodes, proferiste?125
O arco annuncias, por que em vão lidaste,
A muitos privará de alento e alma?
Não gerou-te a mãe tua para archeiro;
Mas outros pulsos poderão dobral-o.»
E ao cabreiro virou-se: «Fogo acende,130
Grande escano lhe achega bem forrado;
Lá dentro há unto e um disco dele traze:
Aqueçamo-lo e o arco amaciemos,
Para em breve o certame concluirmos.»

Melântio o fogo acende, o escano achega;135
O unto, que não falece, ao lume aquentam:
O arco a vergar seus braços não bastaram.
Abstêm-se Antino e Eurímaco deiforme,
Que facilmente aos outros superavam.

O vaqueiro e o porqueiro ambos saíram140
E inda após eles, fora e já no pátio,
Lhes falou com doçura o divo Ulysses:
«Filétio e Eumeu, calar quiçá me cumpra,
E descobrir-me o coração me pede.
Se um deus súbito Ulysses vos mostrasse,145