Comida e louça, de cabeça em terra
Bate, e a pés, convulsivo e agonizante,
Sacode o assento; a vista se lhe entrava.

Corre Anfínomo a Ulysses glorioso,
De alfanje nu, para o expelir da entrada;70
Mas o pique Telemacho entre os ombros
Atrás lhe enterra e os peitos lhe traspassa;
Só não lho extrai, de medo que, ao sacal-o,
Prono o apunhalem. Súbito recorre
A seu pai: «Vou trazer-te aêneo casco,75
Dous dardos e um broquel. Tempo é de armar-me
E os pastores fiéis.» — «Sim, volve Ulysses,
Não tardes, filho; enquanto as frechas durem,
Todos eles das portas não me arredam.»

Á voz do caro pai, despede aonde80
Recolheram-se as armas; oito escudos,
Hastas oito, quatro elmos traz cristados,
E ao campeão de pronto vem juntar-se;
Arneza-se primeiro e os dous pastores,
Com quem de Ulysses em redor se posta.85
Do cauto herói cada frechada abate
Um dos procos, e em pilha iam caindo.
Esgotado o carcás, á ombreira o encosta
E o válido arco á nitida fachada;
Quádruple escudo embraça, rígido elmo90
Nutante enfia de cocar eqüino,
Éreos dardos fortissimos apunha.

Alta janela havia na parede,
E ao cabo do vestíbulo de tábuas
Estreita rampa, a única subida:95
Manda Ulysses a Eumeu que ali vigie.
Agelau, que o percebe: «Amigos, disse,
Não há quem monte á superior janela,
Pelo povo a bradar? com sua ajuda,
Este homem nunca mais dardejaria.»100

Melântio refletiu: «Não é possível,
Divo Agelau; que a rampa, junta ao pátio,
Por empinada e angusta, um só valente
Basta a guardá-la. Acima eu vou pôr armas,
Ânimo! estão, suponho, em celsa estância,105