Que esta casa honestissima desdouram.»
E a dileta nutriz: «Meu filho, escuta.
Fâmulas tens cinqüenta, que ensinamos
A lavrar, a cardar, a submeter-se
Á escravidão: na impudicia doze,310
De mim não se lhes dá, nem dá senhora
Telemacho, inda há pouco adolescente,
Que a mulheres governe a mãe proíbe.
Eu já subo a falar com tua esposa,
Por divino favor adormecida.»315
Mas ele: «Não é tempo de acordá-la.
Aqui me chama as impudentes servas.»
Apressura-se a velha mensageira.

A Telemacho o rei e aos dous pastores
Juntos prescreve: «A transferir os mortos320
Começai, das mulheres ajudados;
Expurguem-se depois com água e esponja
Tronos e mesas. Toda a sala em ordem,
As rês daqui levai; de espada a fios
Da cerca do atrio em meio e da rotunda,325
Expire uma por uma, e esqueçam Vênus
Que furtivas as ligava aos pretendentes.»

Elas em pranto e ais chegadas foram;
Soluçando, os cadaveres ás costas,
Ao pórtico do pátio os depuseram,330
Mútuo auxilio a prestar-se; o mesmo Ulysses
As concitava, e a custo prosseguiam.
Limpos á esponja os móveis elegantes,
O solo os três com pás iam raspando,
O lixo as criminosas carregavam.335
E concertada a sala, as conduziram
Da cerca do atrio ao meio e da rotunda,
Augusto sítio, impedimento á fuga.

Lá Telemacho disse aos companheiros:
«Não morram simples morte as que, nos braços340
De ymphames tais, enchiam-me de opróbrio
E a minha casta mãe.» Nisto, um calabre
Naval de uma coluna atando, em roda
No alto passa da torre, que nenhuma
O chão de pés tocasse. Qual, entrando345