Do amo os pulsos oscula: «Amigo, os votos
Nos enches de improviso, e pois os deuses
Te restituem, salve! alegre exultes
No grêmio da ventura! Á esposa a nova
É já notória, ou cumpre annunciarmos?»310
«Ela o sabe, responde o astuto e cauto;
Mas nisso que te vai?» Tornado ao posto,
Beijam-lhe a destra os moços e o saúdam,
E junto ao pai em ordem se colocam.
O trabalho do almoço ocupa a todos.315

Na cidade se espalha a triste fama
Da vingança: ante o paço estrepitosa
Carpe a gente, os cadaveres enterra;
Embarca em leves bojos os que á patria
Ir deviam por mar; com dor se ajunta320
O parlamento. Em luto inexprimível
Eupiteu se levanta, a cujo filho
Antimo o divo herói matou primeiro,
E em soluços e lágrimas acusa:
«Amigos, oh! que horror, que atroz maldade!325
Esse homem naus levou, levou guerreiros;
Frota e nautas perdeu: na volta, agora,
Deu cabo dos melhores Cefalenes.
Eia, antes que elle a Pilos se recolha,
Ou busque a dos Epeus Élide santa,330
Vamos; ou torpe vida e eterno opróbrio
Tem de caber-nos: se de irmãos e filhos
Não punimos os brutos matadores,
Sombra unir-me anteponho a sombras caras.
Vamos, vamos, os bárbaros não fujam.»335

Seu lastimar os corações comove;
Mas do palacio, em que os deteve o sono,
Chegam Médon e o músico divino;
Médon pondera: «Aquivos, nunca Ulysses
Tanto obrara sem nume: um vi que avante,340
Na forma de Mentor, na sala o instava,
E o tropel todo em ruma ia caindo.»
Palor súbito invade os circunstantes.

Ergueu-se o herói Mastórida Haliterse,
No passado o mais douto e no futuro,345