Em copos vaza e o distribui aos chefes.
Depois Alcino: «Egrégios conselheiros,
Ide saciados repousar, vos digo.
Os antigos do povo amanhã venham;
Em festejo hospital ofereçamos150
Completo sacrificio ás divindades;
Em seguida curemos de que alegre
Ele, por mais remota, á patria aborde,
Sem moléstia nem danos; acautelemos
Qualquer mal no caminho. Já na terra,155
Sofra as penas que as Parcas lhe fiaram
Desde o materno ventre. E a ser do Olympo
Habitador, mistério aqui se encobre:
Deuses muito há que a nós se manifestam;
Conosco, nas solenes hecatombes,160
Demoram-se ao banquete; e se um Feace
Os depara viandante, não se escondem,
Pois neles entrocamos, como as tribos
De Cyclopes cruéis, gigantes rudes.»

«Alcino, o herói tornou, perde essa idéa:165
Aos celícolas tu não me confrontes
Em índole e presença; humano e frágil,
Ao mais triste mortal sou comparavel,
Nem te posso explanar quanto infortúnio
Tem sobre mim os deuses carregado.170
Mas, da mágoa apesar, deixa que eu ceie;
O estômago importuno se aguilhoa,
No meio da aflição me pica e lembra
O comer e o beber, dá trégua ás penas.
N’alva expedi-me: ao ver, pós tantas lidas,175
Minha terra e família e doces lares,
Acabe-se esta luz ali comigo.»

Aplaudem-no os Feaces, confiando
Que o disserto orador o intento logre,
E trás farto libar foram-se ao leito.180
O herói fica-se e Areta e o rei divino,
E as servas a baixela entanto arrumam.
Logo Areta, que as obras reconhece
Dela e da gente sua: «A interrogar-te
Primeira, hospede, sou. Quem és e donde?185