OS MAIAS
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E que dizia o amigo Steinbroken ás noticias da manhã? perguntava Affonso. A queda de Mac-Mahon, a eleição de Grevy... O que o alegrava n’isto, era o desapparecimento definitivo do antipathico senhor de Broglie e da sua clique. A impertinencia d’aquelle academico estreito, querendo impôr a opinião de dois ou tres salões doutrinarios á França inteira, a toda uma Democracia! Ah, o Times cantava-lh’as!

— ­E o Punch? Não viu o Punch? Oh, delicioso!...

O ministro pousara o calice, e esfregando cautelosamente as mãos disse n’uma meia voz grave a sua phrase, a phrase definitiva com que julgava todos os acontecimentos que apparecem em telegrammas:

— ­É gràve... É eqsessivemente gràve...

Depois fallou-se de Gambetta; e como Affonso lhe attribuia uma dictadura proxima, o diplomata tomou mysteriosamente o braço de Sequeira, murmurou a palavra suprema com que definia todas as personalidades superiores, homens d’estado, poetas, viajantes ou tenores.

— ­É um homẽ mûto forte. É um homẽ eqsessivemente forte!

— ­O que elle é, é um ronha! exclamou o general, escorropichando o seu calice.

E todos tres deixaram a sala, discutindo ainda a republica — ­em quanto Cruges continuava ao piano, vagueando por Mendelssohn e por Chopin, depois de ter devorado um prato de croquettes.

O marquez e D. Diogo, sentados no mesmo sophà, um com a sua chasada d’invalido, outro com um copo