OS MAIAS
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de Revistas, materiaes para o livro... Tanta dedicação merecia um tu de familiaridade. Carlos deu-lh’o.

Damaso, no entanto, imitava o Maia com uma minuciosidade inquieta, desde a barba que começava agora a deixar crescer até á forma dos sapatos. Lançara-se no bric-a-brac. Trazia sempre o coupé cheio de lixos archeologicos, ferragens velhas, um bocado de tijolo, a aza rachada de um bule... E se avistava um conhecido, fazia parar, entreabria a portinhola como um addito de sacrario, exhibia a preciosidade:

— ­Que te parece? Chic a valer!... Vou mostral-a ao Maia. Olha-me isto, hein! Pura meia edade, do reinado de Luiz XIV. O Carlos vae-se roer de inveja!

N’esta intimidade de rosas havia todavia para Damaso horas pesadas. Não era divertido assistir em silencio, do fundo d’uma poltrona, ás infindaveis discussões de Carlos e de Craft sobre arte e sobre sciencia. E, como elle confessou depois, chegara a encavacar um pouco quando o levaram ao laboratorio para fazer no seu corpo experiencias de electricidade... — ­«Pareciam dois demonios engalphinhados em mim, disse elle á sr.ª condessa de Gouvarinho; e eu então que embirro com o spiritismo!...»

Mas tudo isto ficava regiamente compensado, quando á noite, n’um sophá, do Gremio, ou ao chá n’uma casa amiga, elle podia dizer, correndo a mão pelo cabello:

— ­Passei hoje um dia divino com o Maia. Fizemos armas, bric-a-brac, discutimos... Um dia, chic! Ámanhã