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OS MAIAS

de teias de aranha, as telhas todas quebradas, parecia estar-se deixando morrer voluntariamente n’aquella verde solidão, — ­amuada com a vida, desde que d’alli tinham desapparecido as ultimas graças do tricorne e do espadim, e os derradeiros vestidos de anquinhas tinham roçado essas relvas... Agora Cruges ía descrevendo ao Alencar a figura do Eusebiosinho, com a chavena de café na mão, a ir pedir perdão á Concha; e a cada momento o poeta, com o seu grande chapéo panamá, se agachava a colher florinhas silvestres.

Quando passaram o Arco, encontraram Carlos sentado n’um dos bancos de pedra, fumando pensativamente a sua cigarette. O palacete deitava sobre aquelle bocado de terraço a sombra dos seus muros tristes; do valle subia uma frescura e um grande ar; e algures, em baixo, sentia-se o prantear de um repuxo. Então o poeta, sentando-se ao lado do seu amigo, fallou com nojo do Eusebiosinho. — ­Ahi está uma torpeza que elle nunca commettera, trazer meretrizes a Cintra! Nem a Cintra, nem a parte nenhuma... Mas muito menos a Cintra! Sempre tivera, todo o mundo devia ter, a religião d’aquellas arvores e o amor d’aquellas sombras...

— ­E esse Palma, accrescentou elle, é um traste! Eu conheço-o; elle teve uma especie de jornal, e já lhe dei muita bofetada na rua do Alecrim. Foi uma historia curiosa... Ora eu t’a conto Carlos... Aquelle canalha! quando me lembro!... Aquella vil bolinha de materia putrida!... Aquelle chouricinho de pus!