OS MAIAS
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para dentro, para a sua velha Lawrence, que lhe mandasse acima meia da fina.

— ­Viste o Paço, hein, Cruges? perguntou Carlos ao maestro, quando elle appareceu, arrastando os passos. Então, parece-me que o que nos resta a fazer é jantar, e abalar...

Cruges concordou. Voltava do palacio com um ar murcho, fatigado d’aquelle vasto casarão historico, da voz monotona do cicerone mostrando a cama de S. M. El-Rei, as cortinas do quarto de S. M. a Rainha, «melhores que as de Mafra,» o tira-botas de S. A.; e trazia de lá uma pouca d’essa melancolia que erra, como uma atmosphera propria, nas residencias reaes.

E aquella natureza de Cintra, ao escurecer, dizia elle, começava a entristecel-o.

Então concordaram em jantar ali, na Lawrence, para evitar o espectaculo torpe do Palma e das damas, mandar vir á porta o break, e partir depois ao nascer do luar. Alencar, aproveitando a carruagem, recolhia tambem a Lisboa.

— ­E, para ser festa completa, exclamou elle, limpando os bigodes do cognac, emquanto vocês vão ao Nunes pagar a conta, e dar ordens para o break, eu vou-me entender lá abaixo á cosinha com a velha Lawrence, e preparar-vos um bacalhau á Alencar, recipe meu... E vocês verão o que é um bacalhau! Porque, lá isso, rapazes, versos os farão outros melhor; bacalhau, não!

Atravessando a praça, Cruges pedia a Deus que não encontrassem mais o Eusebiosinho. Mas, apenas