OS MAIAS
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erguendo-se com resignação. Mas olha que ellas não têem bainhas.

Ega ficou succumbido. E foi ainda Affonso que achou uma idéa, o salvou.

— ­Manda fazer uma simples bainha de velludo negro; isso faz-se n’uma hora. E manda-lhe cozer ao comprido rodellas de velludo escarlate...

— ­Explendido, gritou Ega: o que é ter gosto!

E apenas Carlos sahiu, trovejou contra o Mattos.

— ­Veja v. ex.ª isto, um sabre da guarda municipal! E é quem faz ahi os fatos para todos os theatros! Que idiota!.. E é tudo assim, isto é um paiz insensato!...

— ­Meu bom Ega, tu não queres tornar de certo Portugal inteiro, o Estado, sete milhões d’almas, responsaveis por esse comportamento do Mattos?

— ­Sim senhor, exclamava o Ega passeiando pelo gabinete, com as mãos enterradas nos bolsos do paletot; sim senhor, tudo isso se prende. O costumier com um fato do seculo XIV manda um sabre da guarda municipal; por seu lado o ministro, a proposito de impostos, cita as Meditações de Lamartine; e o litterato, essa besta suprema...

Mas calou-se, vendo a espada que Carlos trazia na mão, uma folha do seculo XVI, de grande tempera, fina e vibrante, com copos trabalhado como uma renda — ­e tendo gravado no aço o nome illustre do espadeiro, Francisco Ruy de Toledo.

Embrulhou-a logo n’um jornal, recusou á pressa o almoço, que lhe offereciam, deu dous vivos shake-