OS MAIAS
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de repente o marquez, com um tom desconfiado, desembaraçando-se do cache-nez.

Carlos olhou para elle, como mal acordado.

— ­Ella quem? Aquella senhora? Como conhece o Cruges?... Homem, sim, tem você razão!.. Aquella era a casa do Cruges! a carruagem estava parada à porta do Cruges!.. Talvez alguem que móre n’outro andar.

— ­Não móra ninguem, disse o marquez, dando um passo para o corredor. Em todo o caso, é um mulherão.

Carlos achou a palavra odíosa.

Do corredor ouvia-se já no escriptorio de Affonso, atravez da porta aberta, a voz petulante do Damaso fallando alto d’handicap e de dead-beat... E foram-n’o encontrar discursando sobre as corridas, com convicção, com auctoridade, como membro do Jockey-Club. Affonso, na sua velha poltrona, escutava-o, cortez e risonho, com o reverendo Bonifacio no collo. Ao canto do sophá, Craft folheava um livro.

E o Damaso appellou logo para o marquez. Não era verdade, como elle estivera dizendo ao sr. Affonso da Maia, que iam ser as melhores corridas que se tinham feito em Lisboa? Só para o grande premio nacional de seiscentos mil réis havia oito cavallos inscriptos! E além d’isso, o Clifford trazia a Mist.

— ­Ah, é verdade, oh marquez, é necessario que você appareça sexta-feira á noite no Jockey-Club, para acabarmos o handicap!

O marquez arrastara uma cadeira para o pé de