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OS MAIAS

riso, um brilho de olhos que a illuminou. Instinctivamente deu um passo para elle: e ficaram um instante isolados, fallando baixo, em quanto D. Maria os observava, sorrindo, cheia já de benevolencia, prompta já a abençoal-os maternalmente.

— ­Estive para não vir, dizia a condessa, que parecia nervosa. O Gastão fez-se tão desagradavel hoje! E naturalmente tenho d’ir ámanhã para o Porto.

— ­Para o Porto?...

— ­O papá quer que eu lá vá, são os annos d’elle... Coitado, vae-se fazendo velho, escreveu-me uma carta tão triste... Ha dois annos que me não vê...

— ­O conde vae?

— ­Não.

E a condessa, depois de dar um sorriso ao ministro da Baviera, que a cumprimentava de passagem, aos pulinhos, acrescentou, mergulhando o olhar nos olhos de Carlos:

— ­E quero uma coisa.

— ­O que?

— ­Que venhas tambem.

Justamente n’esse instante, Telles da Gama, de programma e lapis na mão, parou junto d’elles:

— ­Você quer entrar n’uma poule monstro, Maia? Quinze bilhetes, dez tostões cada um... Lá em cima ao canto da tribuna está-se apostando ferozmente... A desordem fez bem, sacudiu os nervos, todo o mundo acordou... Quer v. ex.ª tambem, sr.ª condessa?

Sim, a condessa tambem entrava na poule. Telles da Gama inscreveu-a, e abalou atarefado. Depois foi