OS MAIAS
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de pilherias, de picuinhas... Elle já existia, chamava-se o Apito; mas agora passou para o Palma; elle vae-lhe augmentar o formato, e metter-lhe mais chalaça...

— Emfim, disse Carlos, qualquer coisa sebacea e immunda como elle...

Craft reappareceu, enxugando a cabeça. E emquanto se vestia, fallou de uma viagem que agora o tentava, que estivera planeando em Santa Olavia. Como já não tinha a Toca, e a sua casa ao pé do Porto necessitava longas obras, ia passar o inverno ao Egypto, subindo o Nilo, em communicação espiritual com a antiguidade Pharaonica. Depois talvez se adiantasse até Bagdad, a vêr o Euphrates, e os sitios de Babylonia...

— Por isso eu lhe vi alli, na mesa, exclamou Carlos, um livro, Ninive e Babylonia... Que diabo, você gosta d’isso? Eu tenho horror a raças e a civilisações defuntas... Não me interessa senão a Vida.

— É que você é um sensual, disse Craft. E a proposito de sensualidade e de Babylonia, quer vir você almoçar ao Bragança? Eu tenho de lá encontrar um inglez, o meu homem das minas... Mas havemos d’ir pela rua do Ouro, que quero trepar um instante á caverna do meu procurador... E a caminho, que é meio dia!

Deixaram o Eusebiosinho, em baixo na sala, ageitando as suas lugubres lunetas negras diante dos telegrammas. E apenas sahira o pateo, Craft travou do braço de Carlos, e disse-lhe que as coisas