Os Negros

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Um dia...

X

Aquella cachoeira — lá lhe ouço o remoto rumorejo! — era o banheiro natural da fazenda.

Escondida numa grota como joia de crystal vivo a defluir em escachôo permanente num engaste rustico de taquarys, cahetês e ingazeiros, formava um recesso grato ao pudor dos banhistas.

Um dia...

Lembro-me bem — era domingo e eu, de vadiagem, saira cedo a passarinhar. Segui pela margem ribeirão acima tocaiando passaros ribeirinhos.

Um pica-pau de cabeça vermelha zombou de mim. Errei a bodocada e mettido em brios afreimei-me em perseguilo. E salta d'aqui, salta d'alli, quando dei accordo estava embrenhado na grota da cachoeira, onde, num galho de ingá, pude visar melhor a minha presa e espeloteal-a.

Caiu a avezinha longe do meu alcance e eu barafustei pela trama dos taquarys para colhel-a. Nisto, por uma aberta na verdura, avistei em baixo a bacia de pedra onde a agua chofrava.

Mas estarreci. Duas nymphas núas brincavam na espuma.

Reconhecias Eram Izabel e sua mucama dilecta, da mesma idade, a Liduina.

O improviso da visão offuscou-me os olhos.

Quem ha insensivel á belleza da mulher em