que servem aos calafates no mar e aos ladrões em terra. Essas cordas facilitam a escalada.
Chegando a Guernesey, Clubin foi a Torteval. Passou ahi trinta e seis horas. Levou o saco e a corda, mas não voltou com elles.
Diga-mol-o uma vez por todas, o Guernesey de que se trata neste livro é o antigo Guernesey que já não existe e seria impossivel achal-o hoje, a não ser no campo. É ahi que elle existe vivo, mas nas cidades morreu. A observação que fazemos a respeito de Guernesey deve ser feita a respeito de Jersey. St. Helier vale Dieppe; St. Pierre Port vale Lorient. Graças ao progresso, graças ao admiravel espirito de iniciativa daquelle valente povo insular, tranformou-se tudo em quarenta annos no archipelago da Mancha. Onde havia sombra ha luz. Dito isto, continuemos. Naquelles tempos que, pelo affastado, já são historicos, o contrabando activava-se no mar da Mancha. Abundavam os navios trapaceiros, principalmente na costa de oeste de Guernesey. As pessoas demasiado informadas e que sabem em todas as minucias o que se passava ha quasi meio seculo, chegam a citar os nomes de muitos desses navios quasi todos asturianos. O que é fora de duvida é que não se passava semana, sem que apparecesse um ou dous, ora na bahia dos Santos, ora em Plainmont. Parecia um serviço regular. Havia uma cava de mar em Serk que se chamava e ainda se chama a loja, porque era nessa gruta que a gente da terra ia comprar aos contrabandistas as suas mercadorias de importação. Para as necessidades desse commercio fallava-se na Mancha uma especie