diabo. Por muito tempo acreditou-se que S. Maclou habitava o grande rochedo quadrado Ortach, situado ao largo entre Aurigny e Casquets, e muitos velhos marinheiros de outros tempos affirmavam tel-o visto não poucas vezes sentado e lendo um livro. Por isso os maritimos, quando passavam, ajoelhavam-se muitas vezes diante do rochedo Ortach, até que um dia dissipou-se a fabula e esclareceu-se a verdade. Descobrio-se e sabe-se hoje que quem habita aquelle rochedo não é um santo, mas sim um diabo, chamado Jochmus, que por muitos seculos teve a malicia de fazer-se passar por S. Maclou. Demais, a propria igreja cahe em taes enganos. Os diabos Raguhel, Oribel e Tobiel foram santos, até que em 745 o papa Zacarias, tendo-lhes tomado o faro, deitou-os fóra. Para fazer taes expulsões, que são muito uteis, é necessario ser muito conhecedor de diabos.
Conta a gente velha da terra, mas estes casos pertencem ao seculo passado, que a população catholica do archipelago normando estivera outr’ora, bem a seu pezar, mais em communicação com o diabo do que a população huguenote. Ignoramos a razão, mas a verdade é que a minoria catholica andou outr’ora muito incommodada por elle.
Affeiçoára-se aos catholicos e procurava frequental-os, o que leva a crer que o diabo é antes catholico que protestante.
Uma de suas mais insupportaveis liberdades era visitar á noite os leitos conjugaes catholicos, quando os maridos dormiam de todo, e as mulheres, a meio. Disto resultavam equivocos. Patouillet pensava que Voltaire nascera assim. Não é inverosimil. É caso