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horas entre Li-Hou e a Pecheresse, e as Angullieres e Lerée Point. E com que fim? Pareceu-lhe mais provavel que fosse a Dama Negra.

Estando a lua já acima da torre de Saint-Pierre du Bois, o sargento de Rocquaine levantou metade da escada da ponte levadiça, e distinguio na foz da bahia, mais perto que a Sambule, um barco á vela que parecia descer do norte a sul.

Existe na costa sul de Guernesey, atraz do Plainmont, no fundo de uma bahia, toda precipicios e muralhas, cortada a pique na onda, um porto singular que um francez residente na ilha desde 1844, talvez o mesmo que escreve agora estas linhas, baptisou com o nome de porto do quarto andar, nome geralmente adoptado hoje. Esse porto que então se chamava a Moie, é uma planura de rocha meio natural, meio talhada, de quarenta pés de altura acima d’agua, e communicando com as vagas por duas grandes pranchas parallelas em plano inclinado. Os barcos, içados á força de braços por correntes e roldanas, sahem ao mar e descem ao longo dessas pranchas que são dous trilhos. Para os homens ha uma escada. Esse porto era então muito frequentado pelos contrabandistas. Sendo pouco praticavel, era lhes commodo.

Pelas onze horas, alguns trapaceiros, talvez os mesmos com quem Clubin contava, estavam com os seus fardos na Moie. Quem trapaceia, espia; elles espiavam. Admiraram-se de ver uma vela desembocando repentinamente além das linhas negras do Cabo Plainmont. O luar estava claro. Os contrabandistas espreitavam a vela, receiando que fosse algum