uma grande porção de homens. Gilliatt era só; precisava ter uma ferramenta completa de carpinteiro e machinista, e Gilliatt apenas tinha uma serra, um machado, uma faca e um martello; precisava ter uma boa officina e um bom telheiro, Gilliatt não tinha nada disso; precisava ter provisões e viveres, Gilliatt não tinha pão.
Alguem que, durante essa primeira semana, visse Gilliatt trabalhando no escolho, não saberia o que pretendia elle. Parecia não pensar nem na Durande nem nas Douvres. Estava occupado com o que havia nos bancos; parecia absorto no salvamento dos pequenos destroços do naufragio. Aproveitava as marés baixas, para limpar os recifes de tudo o que o naufragio lhes tinha dado. Andou de rocha em rocha apanhando o que o mar ahi depuzera, pedaços de velame, pedaços do corda, pedaços de ferro, taboas rasgadas, vergas destruidas, aqui um barrete, alli uma corrente, além uma roldana.
Ao mesmo tempo estudava todas as anfractuosidades do escolho. Nenhum delles era habitavel, com grande decepção de Gilliatt que sentia frio de noite no buraco arranjado na grande Douvre, e desejaria achar melhor pousada.
Duas dessas anfractuosidades eram assaz espaçosas posto que o chão de rocha natural fosse quasi geralmente obliquo e desigual, podia-se andar alli de pé. A chuva e o vento entravam alli a gosto, as altas marés não lhes chegavam. Eram visinhas da pequena Douvre, e faceis de trepar á qualquer hora. Gilliatt decidio que uma seria um deposito e a outra uma forja.