Aconteceu um dia que Gilliatt foi sorprehendido a deitar sangue pelo nariz. Cousa grave. Um patrão de lancha, grande viajante, que fez quasi a volta do mundo, afirmou que havia uma terra, onde todos os feiticeiros deitam sangue pelo nariz. Quando um homem deita sangue pelo nariz, já toda a gente sabe como se haver com elle. Todavia algumas pessoas de juizo observaram que aquillo que caracterisa os feiticeiros em uma terra, pode não caracterisa-los em outra.
Nos arredores de Saint-Michel, vio-se Gilliatt parado em uma horta dos Huriaux, ao pé da estrada real de Videclins. Gilliatt assobiou, e pouco depois veio um corvo, e depois uma pega. O facto foi attestado por um homem notavel que pertenceu depois a uma commissão encarregada de fazer um novo livro de medidas.
No Hamel, ha mulheres velhas que diziam estar certas de ter ouvido, ao romper da manhã, umas andorinhas chamando por Gilliatt.
A isto deve accrescentar-se que Gilliatt não era bom.
Um dia um pobre homem battia um asno, que tinha empacado. Deu-lhe algumas tamancadas na barriga, o animal cahio. Gilliatt correu para levanta-lo; estava morto. Gilliatt esbofeteou o pobre homem.
N’outra occasião, vendo um rapaz descer de uma arvore com um ninho de passarinhos ainda implumes, Gilliatt tirou o ninho ao rapaz, e levou a crueldade ao ponto de restitui-lo ao seu lugar na arvore.
Uns viandantes censuraram-no por isso; Gilliatt não fez mais do que apontar para o pai e a mãe dos passarinhos que guinchavam por cima da arvore