N’um momento dado, e como se lhe soprassem de cima, a phosphorescencia apagou-se; o crepusculo, cada vez mais luminoso, substituia-a.
Mettidos os pregos, Gilliatt arrastou umas pranchas, depois cordas, depois correntes, e sem desviar os olhos do trabalho, sem se distrahir um momento, começou a construir na abertura do Homem, com taboas fixadas horisontalmente e presas por cabos, um desses tapamentos de claraboia, que a sciencia já adoptou, e qualifica de quebra-mar.
Os que viram, por exemplo, na Rocquaine em Guernesey, ou no Boury-d’eau em França, o effeito que fazem algumas estacas pregadas no rochedo, comprehendem a força desses trabalhos simplices. O quebra-mar é a combinação daquillo que em França se chama epi, e daquillo que na Inglaterra se chama dick. O quebra-mar são os cavallos de frisa das fortificações contra as tempestades. Não se póde lutar contra o mar senão aproveitando a divisibilidade dessa força.
Entretanto levantara-se o sol, perfeitamente puro. O dia estava claro, o mar calmo.
Gilliatt apressava o trabalho. Tambem elle estava calmo, mas na sua pressa havia anciedade.
Passava, em grandes pulos de rocha em rocha, do tapamento ao deposito e do deposito ao tapamento. Voltava puxando apressadamente, ora um gancho, ora um cabo. Manifestou-se então a necessidade daquelle deposito de destroços. Era evidente que Gilliatt estava diante de uma eventualidade prevista.
Uma forte barra de ferro servia-lhe de alavanca para mover os barrotes.