onde pensou que o carangueijo se tivesse refugiado, a pieuvre estava no seu buraco á espreita.
Póde-se imaginar esta espera?
Nenhum passaro ousaria chocar, nenhum ovo ousaria abrir, nenhuma flôr ousaria desabrochar, nenhum seio ousaria aleitar, nenhum coração ousaria amar, nenhum espirito ousaria voar, se se pensasse nas sinistras emboscadas do abysmo.
Gilliatt mettêra o braço no buraco; a pieuvre agarrou-o.
Gilliatt estava preso.
Era a mosca daquella aranha.
Gilliatt tinha agua até á cintura, os pés agarrados nos seixos arredondados e resvaladiços, com o braço direito atado pelas corrêas da pieuvre, e o tronco do corpo desapparecendo quasi debaixo das dobras e crusamentos daquella atadura horrivel.
Dos oito braços da pieuvre, tres adheriam á rocha, cinco adheriam a Gilliatt. Deste modo agarrados ao granito por um lado e ao homem pelo outro, encadeava Gilliatt ao rochedo. Gilliatt tinha em si duzentos e cincoenta chupadores. Complicação de angustia e de enjôo. Estava apertado dentro de uma grande mão, cujos dedos elasticos e do comprimento de um metro, são inteiramente cheios de pustulas vivas que lhe foçavam na carne.
Já o dissemos, não se pode arrancar a pieuvre. Quem o tenta, fica mais fortemente amarrado. Ella aperta-se mais. O seu esforço cresce na razão do esforço do homem. Quanto maior é a sacudidella, maior é a constricção.
Gilliatt só tinha um recurso, a faca.