Elle olhava para a pieuvre, a pieuvre olhava para elle.
De repente o bicho desprendeu do rochedo a sexta antenna e atirando-a sobre Gilliatt procurou agarra-lhe o braço esquerdo.
Ao mesmo tempo esticou vivamente a cabeça. Mais um segundo, e a sua boca applicar-se-hia sobre o peito de Gilliatt. Gilliatt sangrado no corpo e preso pelos braços, estava morto.
Mas Gilliatt vigiava. Espreitado, espreitava.
Evitou a antenna, e no momento em que o bicho ia agarrar-lhe o peito, a sua mão armada abateu-se sobre o bicho.
Houve duas convulsões em sentido inverso, a da pieuvre e a de Gilliatt.
Foi luta de dous relampagos.
Gilliatt mergulhou a ponta da faca na viscosidade chata e com um movimento giratorio semelhante á torção de uma chicotada, fazendo um circulo á roda dos dous olhos arrancou a cabeça como quem arranca um dente.
Estava acabado.
O bicho cahio.
Parecia uma roupa que se desprende. Destruida a bomba aspirante, desfez-se o vacuo. As quatrocentas ventosas largaram ao mesmo tempo o rochedo e o homem. Aquelle andrajo foi ao fundo d’agua.
Gilliatt, offegante da luta, pôde vêr a seus pés em cima das pedras do fundo dous montes gelatinosos e informes, a cabeça de um lado, o resto de outro. Dizemos resto, porque não se poderia dizer corpo.