illumina, o seu contacto aquece; se ella passa, ficas contente; se pára, és feliz; contemplal-a é viver; é a aurora com figura humana; não faz nada, nada que não seja estar presente, e é quanto basta para edenisar o lar domestico; de todos os poros sahe-lhe um paraiso; é um extase que ella distribue aos outros, sem mais trabalho que o de respirar ao pé delles. Ter um sorriso que, — ninguem sabe a razão, — diminue o peso da cadêa enorme arrastada em commum por todos os viventes, que queres que te diga? é divino. Deruchette tinha esse sorriso. Mais ainda, era o proprio sorriso. Ha alguma cousa mais parecida que o nosso rosto, é a nossa physionomia; e outra mais parecida que a nossa physionomia, é o nosso sorriso. Deruchette risonha, era Deruchette.
É particularmente seductor o sangue de Jersey e de Guernesey. As mulheres, as raparigas sobretudo, teem uma belleza florida e candida. É a combinação da alvura saxonia com a frescura normanda. Faces rosadas e olhos azues. Falta-lhes brilho nos olhos. A educação ingleza amortece-os. Serão irresistiveis aquelles olhos limpidos no dia em que tiverem a profundesa do olhar parisiense. A parisiense ainda não se fez ingleza, felizmente. Deruchette não era parisiense, mas tambem não era guernesiana. Nascera em Saint-Pierre Port, mas mess Lethierry foi quem a educou. Educou-a para ser mimosa, a menina o era.
Deruchette tinha o olhar indolente, e aggressivo sem que o soubesse. Não conhecia talvez o sentido da palavra amor, e fazia com que a gente se apaixonasse por ella. Mas era sem má intenção. Deruchette nem pensava em casamento. O velho fidalgo emigrado que fôra