Lili
I
Foi por uma tarde de Agosto.
Ao longe ouvia-se o crepitar dos mattagaes, expostos á lentidão consumidora do fogo, durante o mez abafadiço das queimadas.
O ar opaco pela fumarada dava á natureza um accento de triste poesia.
De vez em quando, cortavam o silencio as pancadas sonoras e plangentes do campanario.
Uma ternura exquisita invadia tudo, imprimindo dó ao desconhecido.
Que era ?
Porque se derramava, sobre os semblantes expressivos e francos da rude gente aldeã, tamanha tristeza ?
A causa era immensa: morrera Lili, o anjo dos pobres camponios.
Extinguira-se Lili — a bella creança innocente e caridosa !
E quem pelos arredores da pequena aldeia de Crissiúma, pudera ignorar a bondade da menina
34