CANTO I
29
Paquita ergueu a fronte desmaiada.
Pobre lyrio do val! Não vês a aurora,
Não te anima o fulgor da madrugada,
Melancolico pendes a tal hora,
Quando os raios do sol, que vem rompendo,
Te illuminam a face demudada!
—«É forçoso partir!—disse agitado
O joven andaluz—morrer, querida,
Oh! morrer de saudade, separado
Da mais bella porção da minha vida!»—
Depois os labios d'ambos se juntaram
Num beijo terno, ardente, demorado...
Se os reflexos do ceo nesta existencia
Não tivessem de ser tão limitados;
Se a omnipotente mão da Providencia
Os annos que nos são determinados
Resumisse num dia de ventura,
Num'hora de prazeres encantados;