NOTAS[1]



Anthero Tarquinio do Quental (X), filho de Fernando do Quental, nasceu na ilha de S. Miguel a 18 de abril de 1842. A formosissima poesia que d’elle tomamos pertence a um elegante opusculo que consta de 28 sonetos, colleccionados pelo redactor do jornal a Renascença, o sr. Joaquim de Araujo. Foi impresso no Porto em 1880, e com o titulo de Plena gratiae já se publicara em 1875 no Cenaculo (pag. 110 e 111), jornal redigido pelo sr. Cândido de Figueiredo.

O mesmo sr. Candido de Figueiredo num dos seus livros (Homens e Letras, pag. 166 e 167) refere o modo como recebeu esta poesia: «Aqui tem (diz elle em conversa com o Marquez de Sousa)...: é um soneto firmado por um dos nossos collaboradores mais distinctos. Intitula-se Plena gratiae, e é dedicado á Virgem Sanctissima, Senhora nossa. — De quem é? — Adivinhe. — Sei lá! pelo assumpto parece ser de estudante de Seminario... — Pois saiba que é de um socialista, de um republicano, talvez de um atheu. — Então é troça. — Pois não é. Veja. É um soneto respeitoso, grave e serio, como é serio e grave o seu auctor, Anthero do Quental.»

Em 1886 editou o sr. J. P. Oliveira Martins os Sonetos completos de Anthero do Quental, volume de 126 paginas, tambem impresso no Porto, precedido de uma elegante


  1. A numeração romana que entre parenthesis acompanha cada nome de poeta indica o numero da poesia ou poesias que lhe pertencem.