Myrto? Venus não que beleza envergonhada.
Pois que dos immortaes houveste esse condão
De inspirar quantos vês, inspira-os, Myrto.


MYRTO.

                              Não;
São teus olhos, poeta; eu não tenho a belleza
Que arrasta corações.


CLEON.

                        Divina singeleza!


LYSIAS (á parte).

Vejo através do manto as galas da vaidade.

(Alto.)

Vinho, escravo!

(O escravo deita vinho na taça de Lysias.)

                  Poeta, um brinde á mocidade.
Trava de lyra e invoca o deus inspirador.


CLEON.

«Feliz em junto de ti, ouve a tua falla, amor!»


MYRTO.

Versos de Sapho!


CLEON.

                  Sim.


LYSIAS.

                        Vês? ó modestia pura.
Elle é na poesia o que és na formosura.