Demais, amigo leitor, minha vida, posto que não ociosa, tem sido inquieta e errante, meu destino incerto, e vagas minhas aspirações.
Ora tudo isto não é muito consentaneo com a indole do poeta, do verdadeiro adorador das musas, — se bem que eu, ainda que indigno d’ellas, não consinto que ninguem me lance a barra adiante no ardor do culto e veneração que lhes consagro.
— Mas Camões, mas Byron, mas Châteaubriand, Tasso, não têm tido a vida triste, errante, inquieta?!... E entretanto que de obras esplendidas não nos legárão!......
— Por piedade; não me acabrunheis com o peso de tão gloriosos nomes!
A isso, amigo leitor, para não desculpar-me com a minha insufficiencia, pois que a modestia não é hoje de bom tom, e seria parvoice de minha parte não me inculcar por um genio, — a isso sómente responderei: — Outros tempos, outros costumes, outros paizes, outras condições, e mil cousas outras, que seria longo enumerar.
Espero que o leitor não me fará mais perguntas embaraçosas, e portanto tratemos de