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     Salve, ó genio dos desertos,
     Grande voz da solidão,
     Salve, ó tu, que aos céos exalças
     O hymno da creação!

     Sem ti o mundo jazêra
     Inda em lugubre tristeza,
     E o horror do cháos reinára
     Sobre toda a natureza;

     Pela face do universo
     Funerea paz se estendêra,
     E o mundo em mudez perenne
     Como um tumulo jazêra

     Sobre elle então pousaria
     Silencio torvo e sombrio,
     Como um sudario cobrindo
     Um cadaver quedo e frio.

     De que servíra essa luz
     Que abrilhanta o azul dos céos,
     E essas côres tão mimosas
     Que tingem da aurora os véos?