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Seus olhos negros, tão puros
Como o teu puro fulgor,
São fontes, onde minh’alma
Vai abrevar-se de amor.
Se a este mundo odioso,
Onde me langue a existencia,
Me fosse dado roubar
Aquelle anjo de innocencia;
E n’esses orbes que gyrão
Pelo espaço luminoso,
P’ra nosso amor escolher
Um asylo mais ditoso...
Se eu pudesse a ti voar,
Astro de meigo palor,
E com ella em ti viver
Eterna vida de amor...
Se eu pudesse... Oh! vão desejo,
Que me embebe em mil delirios,
Quando assim de noite scismo
Á luz dos celestes cirios!