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Um dia, em vez da simples arasoia, 5
Que mal te encobre o gracioso talhe,
Te envolverás em fluctuantes sedas,
E abandonando o kanitar 6 de plumas,
Que te sombrêa o rosto côr de jambo,
Apanharás em tranças perfumadas
A coma escura, e dos donosos hombros
Finos véos penderáõ. Em vez da rêde,
Em que te embalas da palmeira á sombra,
Repousarás sobre coxins de purpura,
Sob doceis esplendidos. — O’ virgem,
Serás então princeza, — forte e grande,
Temida pelos principes da terra;
E de brilhante aureola cingida
Sobre o mundo alçarás a fronte altiva!
Mas, quando em tua mente revolveres
As memorias das éras que já forão,
Lá quando dentro d’alma despertares
Do passado lembranças quasi extinctas,
Dos bosques teus, de tua rude infancia
     Talvez terás saudade.