Se confundem, se roção, se abalroão,
Em um cháos sem fim turbilhonando:
Attento a lhe escrutar o seio lobrego
Em vão cansei-me; n’esse afan penoso
Uma negra vertigem pouco e pouco
Me enubla a mente, e a deixa desvairada
No escuro abysmo fluctuando incerta!
Philosophia, dom mesquinho e fragil,
Pharol enganador de escasso lume,
Tu só geras um pallido crepusculo,
Onde gyrão fantasmas nebulosos,
Dubias visões, que o espirito desvairão
N’um cháos de interminaveis conjecturas.
Despedaça essas paginas inuteis,
Triste apanagio da fraqueza humana,
Em vez de luz, amontoando sombras
No sanctuario augusto da verdade.
Uma palavra só talvez bastára
P’ra saciar de luz meu pensamento;
Essa ninguem a sabe sobre a terra!..
Só tu, meu Deos, só tu dissipar pódes