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sonetos
VII


Tu, oh demente velho descarado,
Escandalo do sexo masculino.
Que por alta justiça do Destino
Tens o impotente membro decepado:

Tu, que em torpe furor incendiado
Soffres d′impia paixão ardor maligno,
E a consorte gentil, de que és indigno,
Entregas a infructifero castrado:

Tu, que tendo bebido o menstruo immundo,
Esse amor indiscreto te não gasta
D′impia mulher o orgulho furibundo:

Em castigo do vicio, que te arrasta,
Saiba a inclita Lysia, e todo o mundo
Que és vil por genio, que és cabrão, e basta!