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poema
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XXI


Principia o banquete, que constava,
De dous gatos achados n′um monturo,
E de raspas de corno, de que usava
Em logar de pimenta o preto impuro:
Em sujo frasco alli se divisava
Turva agua pé: fatias de pão duro
Pela meza decrepitas espalhadas
A fraca vida perdem ás dentadas.

XXII


Depois de ter o esposo o bucho farto.
Abrasado de amor na ardente chamma.
Foge com leves passos para o quarto.
Ao collo conduzindo a bella dama:
Pelas ceroulas o voraz lagarto
A genital enxundia já derrama;
Só por ver da consorte o gesto lindo
Inda antes de foder já se está vindo!

XXIII


Jazia o velho thalamo n′um canto
Onde de pulgas esquadrão persiste,
Para theatro ser do afflicto pranto
Que havia derramar a esposa triste:
Oh noute de terror, noute de espanto,
Que das fodas crueis o estrago viste!
Permitte que com metrica harmonia
Patente ponha tudo á luz do dia.