Nem ventura maior posso augurar-te,
Porque maior ventura haver não póde.
A temerosa Olinda é quem me escreve?
É este o seu pudor, sua innocencia?
Ah! Que as minhas lições tão bem acceitas,
Dão-me a vêr que a discipula inexperta
Ha de em breve ensinar a propria mestra.
Olinda não sabia o que excitava
Dentro em seu coração ternos impulsos.
Que tanto a angustiavam... Não sabia
Qual d′extranha mudanças em suas fórmas.
Em seus membros gentis a causa fosse!
A voluptuosa Olinda, devorada
Do mais activo fogo, ingenuamente
Consulta a sua amiga, e a um leve aceno
Corre a engolphar-se na amorosa lida.
Basta um momento a transtornal-a toda!
E porque de tão prospero successo
Pretendes tu, querida, dar-me a gloria?
Não, não fui eu: sómente a natureza
Sabe fazer tão subitos prodigios:
Como depressa ao mal, que te inquietava,
Próvida suggeriu remedio activo!