A CRUZ MUTILADA.


Amo-te, oh cruz, no vertice firmada
De esplendidas igrejas;
Amo-te quando á noite, sobre a campa,
Juncto ao cypreste alvejas;
Amo-te sobre o altar, onde, entre incensos,
As preces te rodeiam;
Amo-te quando em prestito festivo
As multidões te hasteiam;
Amo-te erguida no cruzeiro antigo,
No adro do presbyterio,
Ou quando o morto, impressa no ataúde,
Guias ao cemiterio;
Amo-te, oh cruz, até, quando no valle
Negrejas triste e só,
Núncia do crime, a que deveu a terra
Do assassinado o pó: