A tua sombra estampa-se no solo,
Como a sombra de antigo monumento,
Que o tempo quasi derrocou, truncada.
No pedestal musgoso, em que te ergueram
Nossos avós, eu me assentei. Ao longe,
Do presbyterio rustico mandava
O sino os simples sons pelas quebradas
Da cordilheira, annunciando o instante
DaAve-Maria; da oração singela,
Mas solemne, mas sancta, em que a voz do homem
Se mistura nos canticos saudosos,
Que a natureza envia ao céu no extremo
Raio de sol, passando fugitivo
Na tangente deste orbe, ao qual trouxeste
Liberdade e progresso, e que te paga
Com a injuria e o desprezo, e que te inveja
Até, na solidão, o esquecimento!
Foi da sciencia incredula o sectario,
Acaso, oh cruz da serra, o que na face
Affrontas te gravou com mão profusa?
Não! Foi o homem do povo, a quem consolo
Na miseria e na dôr constante has sido