E do seu companheiro no combate
Sobre o cadaver sanguinoso o pranto
Deixa cahir.
Essa gleba guardando onde repousam
As cinzas dos heroes, nada o consola
No seu gemer;
E ao que o ameiga triste repellindo,
«Oh, que não és meu dono!―o cão parece
Tentar dizer.
Quando sobre as grinaldas de perpetuas
O matutino alvor da aurora o orvalho
Faz scintillar,
Os olhos abre vívidos, e pula
Para affagar seu dono, que elle pensa
Ha-de voltar!
Quando da noite a viração as c'roas
Fez ranger sobre a cruz do monumento,
Desanimou:
Elle quizera que seu dono o ouvisse;
E ladra e uiva; mas o adeus de á noite
Lá lhe faltou!
O inverno chega, e a neve, com violencia,
Cái, e branqueia, e esconde esse gelado
Leito de morte:
Ei-lo que sólta um lugubre gemido,
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