―«Filha, quem sabe se, ingrato,
Elle ás promessas faltou;
E lá na remota Hungria
Novo amor o captivou?
Se, mudavel, te abandona,
Do crime o premio terá:
Do ultimo trance na angustia
O remorso o punirá.»―
―«Morreu-me, oh mãe, a esperança.
Perdido... tudo é perdido!
Morrer, tambem, só me resta.
Nunca eu houvera nascido!
Foge, oh sol resplandecente!
Manda a noite e os seus terrores...
Deus, oh Deus, que nunca escutas
O gemer de humanas dores.»―
―«Meu Senhor! A desditosa
Não pensa o que a lingua exprime.
Não julgues a filha tua:
Nem te lembres do seu crime.
Vans paixões esquece, oh filha:
Cogita no goso eterno,
No sangue que te remiu,
E nos tormentos do inferno.»―
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