Se adormece, lá surge um pesadelo,
Com os martyrios da sua alma acorde;
Desperta logo, e á terra se arremessa,
E os punhos cerra, e delirante os morde.
Sobre as lageas do duro pavimento
De vergões e de sangue o rosto cobre.
Ergue-se e escuta com cabellos hirtos
Do sino ao longe o compassado dobre.
Sem esperança!...
Não! Do cadafalso
Sóbe as escadas o perdão ás vezes;
Porém a mim... não me dirão: — és salvo!»
E o meu supplicio durará por mezes.
Dizer posso: — existi: que a dor conheço!
Do goso a taça só provei por horas:
E serei teu, calado cemiterio,
Que engenho, gloria, amor, tudo devoras.
Se o furacão rugiu, e o debil tronco
De arvore tenra espedaçou passando,
Quem se doeu de a ver jazendo em terra?
Tal é o meu destino miserando!