Mas, qual flor em botão pendida e murcha,
Sem de fragrancias perfumar a brisa,
Eu poeta, eu amante, ir esconder-me
Sob uma lousa desprezada e lisa!

Porque? Qual foi meu crime, oh Deus terrivel?
Em te adorar que fui, senão insano?...
O teu fatal poder hoje maldigo!
O que te chama pae, mente: és tyranno.

E se aos pés de teu throno os ais não chegam;
Se os gemidos da terra os ares somem;
Se a Providencia é crença van, mentida,
Porque geraste a intelligencia do homem?

Porque da virgem no sorrir poseste
Sancto presagio de suprema dita,
E apontaste ao poeta a immensidade
Na ancia de gloria que em sua alma habita?

A immensidade!... E que me importa herda-la,
Se na terra passei sem ser sentido?
Que val eterno vagueiar no espaço,
Se nosso nome se afundou no olvido?